quinta-feira, 25 de julho de 2019

Nissan anuncia corte de 12,5 mil empregos após lucro cair 98%

A crise está piorando na segunda maior montadora do Japão
Nissan Motor

A montadora japonesa Nissan Motor anunciou nesta quinta-feira (25) que está cortando 12,5 mil empregos e alertou que uma rápida recuperação em seu desempenho não será iminente depois de divulgar que seu lucro trimestral foi quase anulado.

O anúncio mostra como uma crise - provocada por vendas fracas e custos crescentes - está piorando na segunda maior montadora do Japão, enquanto tenta se recuperar de um escândalo de má conduta financeira em torno do ex-presidente Carlos Ghosn.

A Nissan disse que os cortes de empregos serão feitos globalmente até 2022 e acrescentou que reduzirá a capacidade de produção em cerca de 10% até o final do ano fiscal de 2022. A montadora tinha 138 mil funcionários no mundo em março de 2018.

Seu lucro operacional no primeiro trimestre despencou 98,5%, para 1,6 bilhão de ienes (14,80 milhões de dólares), à medida que tenta se manter na América do Norte, um mercado-chave em que os custos de descontos de veículos aumentaram para acompanhar os rivais.

Anos de descontos elevados para aumentar as vendas deixaram a Nissan com uma imagem de marca barata e baixos valores de revenda de veículos, enquanto os custos para oferecer descontos altos atingiram sua lucratividade.

O fraco trimestre aumentará a pressão sobre Hiroto Saikawa, CEO da Nissan, que foi encarregado de reforçar o desempenho da empresa em meio ao escândalo de Ghosn, que negou as acusações de má conduta financeira.

A montadora está ampliando os cortes de empregos inicialmente anunciados em maio, enquanto se esforça para melhorar as margens de lucro fracas nos Estados Unidos, onde Ghosn durante anos tinha pressionado para aumentar agressivamente sua participação de mercado durante seu tempo como CEO.

O lucro operacional da Nissan no trimestre de abril a junho, em comparação com os 109,14 bilhões de ienes do mesmo período do ano anterior, não atingiu a média de 39,52 bilhões de ienes de oito estimativas de analistas compiladas pelo Refinitiv.

A companhia manteve a previsão de lucro de 230 bilhões de ienes para o ano fiscal que termina em março de 2020, uma queda de 28% em relação ao ano passado e a mais fraca em mais de uma década.
Fonte: Alternativa
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