Em busca de qualificação profissional e melhores salários, brasileiros no Japão têm se dedicado a várias modalidades de cursos
soldador

Diariamente a sede de uma escola localizada em Komaki (Aichi) recebe alunos de várias regiões do Japão, matriculados no curso de solda MIG MAG. Trata-se de sistema de soldagem bastante utilizada na fabricação de peças em aço e nas estruturas de liga de alumínio.
Os alunos aprendem a teoria e os equipamentos de segurança que devem usar, como máscaras, luvas e roupas de proteção. E logo no primeiro dia de aula, já tem o aprendizado prático, com a regulagem do oxigênio, e com o maçarico e eletrodos em mãos.
De acordo com o professor Élson Mendes, não existe crise nesse mercado de trabalho. E o salário é sempre melhor do que em outras áreas. “O salario depende da região. Aqui em Aichi o salário básico de um soldador é de Y 1.350 a hora, mas se o profissional for trabalhar em Ishikawa-ken, ou na região de Kobe e Osaka, o salário inicial chega a Y 1.700 a hora”, afirma.
Élson revela que os alunos buscam o curso pensando também em ter uma qualificação profissional para quando retornarem ao Brasil, afinal, também por lá o salário é atrativo em estaleiros ou empresas de serralheria.
O curso de solda em Komaki é avalizado pela J-wel, uma escola japonesa que atende várias empresas no Japão e que emite a licença. “Nós executamos os testes de chapa, a pessoa faz uma solda e o material é enviado para a empresa. Passando esse teste a empresa emite uma habilitação de soldador para o aluno, que se torna profissional”, explica.
O curso básico em Komaki tem duração de 30 horas aulas que o aluno pode cumprir de acordo com sua disponibilidade de tempo, mesmo durante a semana. E as empreiteiras têm sempre vagas à disposição para essa mão de obra qualificada, segundo garante Élson Mendes.
O aluno Akio Moshi revelou a intenção de terminar o curso o mais rápido possível. Ele mora em Hamamatsu faz 7 anos e revela a expectativa de exercer a nova profissão quando regressar ao Brasil, em empresa própria que pretende abrir. O aluno Paulo Lazarine Soares, em sua primeira aula, classificou como fácil o aprendizado – dizia que em 10 dias concluiria o curso.
No período de 10 meses em que o curso é ministrado em Komaki 135 alunos se formaram soldadores, na maioria homens. Mas a solda também atrai mulheres – quatro tiveram o certificado de soldadoras. Alice Otani, em seu segundo dia de aula, se mostra decidida ao aprendizado. Ela mora no Japão faz 14 anos, empregada uma fábrica de auto-peças, e pensa em no futuro exercer a profissão de soldadora no Brasil.
Meia dúzia de novas licenças foram expedidas a novos soldadores brasileiros. O ex-aluno Roberto Toshio Iwamura ostenta o certificado e a carteira de habilitação e conta que já tem emprego garantido em uma firma de solda. Ele também tem em vista emprego no Brasil em uma fábrica de chassis de caminhões e afirma que sempre pensou em se qualificar.
Outro ex-aluno, Marcelo de Lima, também concluiu o curso recebeu sua carteira de profissional. Ele já trabalha com solda, mas não tinha a licença. Depois de obter a primeira habilitação, o soldador pode fazer mais três estágios de capacitação, elevando ainda mais a sua qualificação profissional.
Fonte: IPC Digital com JPTV