quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Medidas mais fortes são necessárias no Japão para evitar estado de emergência, diz ministro

“Não devemos nos acostumar com o coronavírus e não devemos subestimá-lo”, disse a Associação Médica

estado de emergência
O ministro da Economia do Japão, Yasutoshi Nishimura, responsável pela resposta do governo à Covid-19, alertou que os recursos médicos estavam ficando limitados em partes do país e que as próximas três semanas seriam essenciais para impedir a disseminação do coronavírus, sem contar que medidas mais fortes contra a infecção são necessárias para evitar outro estado de emergência.

Na quarta-feira, Tóquio pediu a redução do horário de funcionamento de bares e restaurantes e pediu aos moradores que permaneçam dentro de casa o máximo possível em "ação intensa e concentrada" para controlar o aumento dos casos de coronavírus.

A medida, anunciada pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike, vale também vale para karaokês e todos os estabelecimentos que servem bebidas alcoólicas, com horário de funcionamento até as 22h a partir do próximo sábado até 18 de dezembro.

Os estabelecimentos que fecharem mais cedo poderão receber uma ajuda única de até ¥400 mil.

As restrições são a tentativa mais recente do Japão de conter seu maior aumento de infecções, com contagens diárias nos últimos dias ultrapassando 500 em Tóquio. A cidade tinha 54 casos graves na quarta-feira, o maior desde a suspensão do estado de emergência em maio.

“Precisamos que todos cooperem para evitar uma maior disseminação do vírus de maneira forte e concentrada”, disse Koike em entrevista coletiva, após Tóquio confirmar 401 novos casos na quarta-feira.

"Sabemos que esta é uma época do ano extremamente importante para os empresários, mas se não pararmos agora, simplesmente continuará."

Koike destacou que durante um pedido semelhante para reduzir o horário comercial no verão, o número de casos caiu. Ela acrescentou que em muitas ocasiões as pessoas pegavam o vírus em restaurantes e bares e depois o levavam para casa, infectando familiares.

A cidade de Osaka, que está entre as áreas que lutam com um aumento semelhante de casos, e a cidade de Sapporo (Hokkaido) foram excluídas temporariamente da campanha de viagens do governo "Go To Travel".

Osaka também pediu aos bares e restaurantes para fechar às 21h, com o governador Ichiro Matsui dizendo que a medida era necessária para reduzir a carga sobre os trabalhadores de saúde, cujo número é limitado - uma visão ecoada por autoridades médicas.

“Não devemos nos acostumar com o coronavírus e não devemos subestimá-lo”, disse Toshio Nakagawa, da Associação Médica do Japão.

A campanha de turismo que oferece descontos em viagens e hospedagens faz parte dos esforços do primeiro-ministro Yoshihide Suga para impulsionar as economias regionais, mas foi criticada pelo risco de levar o vírus das principais cidades para o interior.
Fonte: Alternativa com Reuters

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