Pesquisa também mostrou que o país deve prosseguir com o aumento do imposto sobre consumo de 8% para 10%
O governo do Japão precisa promover mais investimentos corporativos e inovação, além de atrair mais trabalhadores estrangeiros para aliviar a escassez de mão-de-obra, mostrou uma pesquisa da Reuters com economistas na última quarta-feira.
O Japão também deve prosseguir com o aumento do imposto sobre consumo de 8% para 10% no próximo ano, como planejado, disseram analistas, mesmo que a economia pareça estar em uma fase difícil após a contração no primeiro trimestre.
A pesquisa também mostrou que os economistas continuam divididos sobre quando o banco central iniciará o processo de redução de seu programa de estímulo, com alguns prevendo que será em algum momento do ano que vem e outros considerando que o processo não começará antes de 2020 ou mais tarde.
Todos os entrevistados concordam que a inflação permanecerá bem abaixo da meta de 2 por cento do banco central por algum tempo.
Na semana passada, o governo divulgou seu roteiro para o próximo ano em áreas como trabalho, educação e redução da dívida do governo, que é mais que o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Na pergunta sobre o que o Japão mais precisa entre esses objetivos, 14 economistas destacaram "investimento e inovação", outros 14 também apontaram "aceitar mais trabalhadores estrangeiros" e dez salientaram o aumento do imposto sobre consumo em outubro de 2019.
Oito citaram "promover mais a força de trabalho de mulheres e idosos", mostrou a pesquisa realizada de 5 a 12 de junho. Os entrevistados puderam escolher até três respostas.
"O Japão deveria aumentar a produtividade e restaurar a saúde fiscal de forma equilibrada", disse Hiroaki Mutou, economista-chefe do Tokai Tokyo Research Institute. "O governo deveria se abster de tomar medidas que transfiram a carga fiscal para as gerações futuras".
Quanto à meta para a taxa de inflação ao consumidor no Japão, 17 dos 38 economistas responderam que seria de cerca de 1 por cento e 16 falaram em cerca de 2 por cento, segundo a pesquisa.
O programa de estímulo do Banco do Japão desde 2013 até agora não conseguiu elevar os preços para atingir a meta. "Acreditamos que a meta de 2 por cento pode nunca ser atingida", disse Marcel Thieliant, economista sênior da Capital Economics.
"Pode fazer sentido visar uma taxa de inflação mais baixa para manter a credibilidade do banco e sua capacidade de reagir às preocupações sobre a estabilidade financeira."
Fonte: Alternativa com Reuters